Janela Aberta - Gabinete de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica
terça-feira, 24 de abril de 2012
Cumprindo com satisfação o nosso objectivo,registamos o nosso profundo agradecimento a todos os nossos oradores e participantes que nos honraram com a presença no Seminário "Diferentes Abordagens sobre a Violência Doméstica", realizado no 18 de Abril de 2012, no Auditório Municipal de Penafiel - Pavilhão de Feiras e Exposições.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Nova lei sobre violência doméstica
http://www.dre.pt/pdf1s/2009/09/18000/0655006561.pdf
Esta lei apresenta novos direitos para as vítimas de violência doméstica
Esta lei apresenta novos direitos para as vítimas de violência doméstica
terça-feira, 18 de agosto de 2009
"Problema de homens" - José Saramago
"Vejo nas sondagens que a violência contra as mulheres é o assunto número catorze nas preocupações dos espanhóis, apesar de que todos os meses se contem pelos dedos, e desgraçadamente faltam dedos, as mulheres assassinadas por aqueles que crêem ser seus donos. Vejo também que a sociedade, na publicidade institucional e em distintas iniciativas cívicas, assume, é certo que só pouco a pouco, que esta violência é um problema dos homens e que os homens têm de resolver. De Sevilha e da Estremadura espanhola chegaram-nos, há tempos, notícias de um bom exemplo: manifestações de homens contra a violência. Até agora eram somente as mulheres quem saía à praça pública a protestar contra os contínuos maus tratos sofridos às mãos dos maridos e companheiros (companheiros, triste ironia esta), e que, a par de em muitíssimos casos tomarem aspectos de fria e deliberada tortura, não recuam perante o assassínio, o estrangulamento, a punhalada, a degolação, o ácido, o fogo. A violência desde sempre exercida sobre a mulher encontrou no cárcere em que se transformou o lugar de coabitação (neguemo-nos a chamar-lhe lar) o espaço por excelência para a humilhação diária, para o espancamento habitual, para a crueldade psicológica como instrumento de domínio. É o problema das mulheres, diz-se, e isso não é verdade. O problema é dos homens, do egoísmo dos homens, do doentio sentimento possessivo dos homens, da poltronaria dos homens, essa miserável cobardia que os autoriza a usar a força contra um ser fisicamente mais débil e a quem foi reduzida sistematicamente a capacidade de resistência psíquica. Há poucos dias, em Huelva, cumprindo as regras habituais dos mais velhos, vários adolescentes de treze e catorze anos violaram uma rapariga da mesma idade e com uma deficiência psíquica, talvez por pensarem que tinham direito ao crime e à violência. Direito a usar o que consideravam seu. Este novo acto de violência de género, mais os que se produziram neste fim-de-semana, em Madrid uma menina assassinada, em Toledo uma mulher de 33 anos morta diante da sua filha de seis, deveriam ter feito sair os homens à rua. Talvez 100 mil homens, só homens, nada mais que homens, manifestando-se nas ruas, enquanto as mulheres, nos passeios, lhes lançariam flores, este poderia ser o sinal de que a sociedade necessita para combater, desde o seu próprio interior e sem demora, esta vergonha insuportável. E para que a violência de género, com resultado de morte ou não, passe a ser uma das primeiras dores e preocupações dos cidadãos. É um sonho, é um dever. Pode não ser uma utopia."
Fonte: http://caderno.josesaramago.org/2009/07/27/problema-de-homens/
Fonte: http://caderno.josesaramago.org/2009/07/27/problema-de-homens/
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Uma questão clássica na problemática da violência doméstica é: Por que razão as vítimas continuam a viver com os maridos e companheiros violentos?
Esta questão mantem-se e está presente na maior parte dos estudos disponíveis no âmbito desta problemática.
Choice e Lamke (1997) referem que "(...) todas as mulheres têm a possibilidade de escolher se mantêm ou abandonam as suas relações conjugais, mas nem todas as mulheres possuem a percepção de que dispõem desta possibilidade (...)".
quarta-feira, 6 de maio de 2009
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
25 de Novembro - Dia Internacional para a Eliminação da Violência contras as Mulheres
Dia Nacional do Laço Branco, destinado a envolver os homens na eliminação desta violência ...
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
terça-feira, 30 de outubro de 2007
O que é a violência doméstica?
Violência Doméstica é todo o tipo de agressões que ocorrem no seio de uma relação familiar.
É um comportamento violento, directo ou indirecto sobre qualquer pessoa que habite no mesmo agregado familiar (cônjuge/companheiro, descendentes), ou que mesmo não co-habitando, seja ex-conjuge/companheiro.
Pode tomar a forma de violência psicológica e mental, violência física, privação de recursos financeiros, ou dificultação de contactos com familiares e amigos.
Em Portugal a Violência Doméstica é, desde o ano 2000, considerada crime público ((art. 152º do código penal):
- Qualquer pessoa pode denunciar, não é apenas a vítima que o pode fazer.
- As autoridades que tenham conhecimento (próprio ou por denuncia) da ocorrência, deverão tomar conta da mesma e comunicá-la ao Ministério Público, para instauração de inquérito
Um crime...
- Um crime que se estima afectar 1 em cada 5 mulheres na Europa
- Um crime que afecta não só as vítimas directas, mas também os filhos, restantes familiares, amigos e sociedade em geral
- Um crime que deve ser compartilhado com pessoas de confiança
- Um crime grave, considerado por lei como fundamento para o divórcio
- Um crime que pode afectar pessoas de todas as condições económicas, sociais e culturais
Segundo o Conselho da Europa, a Violência contra as mulheres no espaço doméstico é a maior causa de morte e invalidez entre mulheres dos 16 aos 44 anos, ultrapassando o cancro, acidentes de viação e até a guerra .
Tipos de violência
Violência Física
-Maus tratos físicos, como murros, empurrões, queimadelas, pontapés, bofetadas, uso de objectos, tentativa de homicídio….
Violência Psicológica
-insultos, gritos, ameaças, chantagem, perseguições, difamação, humilhações, proibições, dificultação de contactos com familiares ou amigos…
Violência Sexual
- Maus-tratos físicos relacionados com ameaças e coerção, com objectivo de obrigar a contactos sexuais indesejados pela pessoa.
-Maus tratos físicos, como murros, empurrões, queimadelas, pontapés, bofetadas, uso de objectos, tentativa de homicídio….
Violência Psicológica
-insultos, gritos, ameaças, chantagem, perseguições, difamação, humilhações, proibições, dificultação de contactos com familiares ou amigos…
Violência Sexual
- Maus-tratos físicos relacionados com ameaças e coerção, com objectivo de obrigar a contactos sexuais indesejados pela pessoa.
Consequências da Vitimização
Reacções Físicas:
Fraqueza; Sensação de aperto no peito: falta de apetite; dificuldades respiratórios; dores de cabeça; músculos tensos; choro; taquicardia; distúrbios do sono.
Reacções Psicológicas:
Medo; Desconfiança e insegurança; raiva: culpa; vergonha; diminuição da auto-estima e auto-confiança; depressão; evitamento; isolamento; confusão mental.
Reacções Sociais:
Receio de não ser compreendida; necessidade de isolar-se dos amigos e familiares por vergonha ou imposição do agressor; falta de apoio e compreensão das pessoas próximas e de algumas instituições.
Fraqueza; Sensação de aperto no peito: falta de apetite; dificuldades respiratórios; dores de cabeça; músculos tensos; choro; taquicardia; distúrbios do sono.
Reacções Psicológicas:
Medo; Desconfiança e insegurança; raiva: culpa; vergonha; diminuição da auto-estima e auto-confiança; depressão; evitamento; isolamento; confusão mental.
Reacções Sociais:
Receio de não ser compreendida; necessidade de isolar-se dos amigos e familiares por vergonha ou imposição do agressor; falta de apoio e compreensão das pessoas próximas e de algumas instituições.
Algumas das Razões pelas quais as vítimas mantém a relação abusiva
- Esperança que o agressor mude
- Vergonha e sentimento de culpa
- Medo de represálias
- Dependência económica e emocional
- Necessidade de proteger as crianças
- Ameaças do agressor
- Isolamento social e relacional
- Crenças religiosas sobre o casamento
- Falta de apoio de familiares, amigos e instituições
A quem pode apresentar a queixa-crime
- Guarda Nacional Republicana (GNR)
- Polícia de Segurança Pública (PSP)
- Polícia Judiciária (PJ)
- Ministério Público, junto do tribunal
- Instituto de Medicina legal (IML)
Provas que poderá apresentar.
- Testemunho pessoal.
- Indicação de testemunhas (qualquer pessoa pode ser testemunha, logo que não apresente anomalia psíquica).
- Objectos com indícios do crime (roupas rasgadas, cartas com ameças, mensagens escritas e de voz com ameaças, entre vários outros).
- Relatórios médicos (médicos, psiquiatra, psicólogo, médico de família, perícias médico-legais). A vítima deverá procurar sempre assistência médica, mesmo que não apresente sinais visíveis de agressão.
As vítimas de maus-tratos que sejam casadas podem abandonar o lar se, o seu objectivo é defender-se e evitar novas agressões. Contudo, devem comunicar às autoridades a razão pela qual o fez, não sendo por isso prejudicadas nos direitos, previstos por lei.
Indemnização ás vítimas de violência conjugal
Podem requerer todas as vítimas do crime de maus – tratos, previstos no nº 2 do artigo 152º do código penal, que incorram em situação de carência económica devido ao crime.
- Quem pode requerer: a Vítima; o Ministério Público; Associação de apoio á Vítima
- Necessário preencher um requerimento específico (Anexar uma cópia da queixa)
- A Queixa não poderá ter sido efectuada há mais de 6 meses
- O montante pedido não pode exceder o salário mínimo nacional
- Apoio durante 3 meses; perrogável por mais 3 meses; em caso de grave carência económica por mais 6 meses.
A Violência Doméstica em Portugal ...
A violência doméstica é um problema sentido por grande parte das famílias portuguesas, sendo as mulheres a maioria esmagadora das vítimas (84% dos casos) e o agressor era quase sempre do sexo masculino (89%) e quase sempre o próprio marido ou o companheiro da vítima (70% dos casos).
Os relatórios da Polícia ou inquéritos feitos por entidades que estudam o assunto confirmam a sua gravidade. Os nímeros podiam ser ainda muito mais alarmantes, mas as queixas, por vezes, só surgem quando a situação se torna insuportável.
A Violência Doméstica no Mundo
Com a fome, com a guerra, com as dificuldades económicas, os problemas da violência doméstica tendem a ser esquecidos. Não obstante, os estudos demonstram que a Violência Doméstica é a maior causa de mortes e casos de invalidez entre as mulheres.
As agressões são uma realidade quer nos países desenvolvidos quer nos que se encontram a vias de desenvolvimento. As denúncias de agressões sucedem-se em toda a União Europeia, estimando-se que uma em cada cinco mulheres é vítima de violência.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Comportamentos e práticas numa situação de violência doméstica
- Usar o telefone para chamar a polícia (ligar para a GNR Local ou para o n.112)
- Evitar zonas da casa com mais perigo (casa de banho, cozinha, varandas)
- Nunca ter vergonha de gritar por socorro ou fogo
- Tentar sair para a rua e pedir ajuda
A violência doméstica e o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes
As crianças e os adolescentes são afectadas pela violência doméstica, quer seja cometida sobre as próprias quer sobre outros membros do agregado familiar, normalmente mulheres. O impacto sobre as crianças depende da frequência do abuso, do tipo de maus-tratos, da idade, produz reacções que devem ser levadas em conta.
Algumas destas reacções passam por:
- dificuldades de expressão linguística;
- Enurese, encoprese;
- falta de capacidade de concentração e dificuldade em completar tarefas simples;
- ansiedade e medo;
- desenvolvimento de uma condição física deficiente;
- problemas de sono;
- comportamentos agressivos com outras crianças, em relação aos colegas e irmãos;
- problemas de saúde;
- comportamento depressivo;
- baixa auto-estima;
- sentimento de inutilidade e culpabilização;
- rejeição da escola e das brincadeiras com outras crianças;
- incapacidade de concentração e aí o rendimento escolar fica claramente abaixo da sua capacidade;
- interesse precoce pelo sexo, álcool, drogas.
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